Mensagem
por Polegar » 10 Abr 2016, 02:24
Não consigo ver Chespirito sem humor físico, a articulação dele no começo dos anos 70 era incrível. Os contorcionismos que fazia, o jeito de dobrar os pés (parecendo que ia torcer) quando estava "carregando alguma coisa pesada", a égua voadora do Chapolin... Até no nonsense com o chroma-key.
Os outros atores também contribuíam e muito para o humor físico. O pastelão, por assim dizer. A fórmula Dona Florinda e Seu Madruga era boa, ótima quando saia do habitual, com os jeitos mais insanos dele escapar dela.
Mas tudo isso ficaria muito oco sem o humor textual. Isso era como a espinha dorsal do programa. Uma confusão, sempre bem armada, uma idéia de roteiro que ia se desenrolando bem fluidamente, onde tudo se encaixava, gostoso de assistir. Destaco o episódio dos Espíritos Zombeteiros, por exemplo.
Mas aí, quando Chespirito fazia suspense ou terrir, é que mostrava seu talento de variações, como o episódio do "Não se Enrugue, Couro Velho"...
As sátiras do Supergenios eram ácidas algumas vezes, sutis em outras, maravilhosas.
Em CH, não existe humor textual sem o físico, assim como não existe humor físico sem o textual. Por tanto, fico com os dois e não voto em nenhum.