
. Apesar de me recordar vagamente de ter visto alguns lances da Copa de 86
(mais precisamente do jogo contra a Irlanda do Norte, na casa de uma amiga da minha tia, na Barra e de ter ficado na casa de uma amiga do meu pai, no jogo da França) e de me lembrar de imagens da Copa de 90
(de ter visto um jogo na Manchete, onde um goleiro tomava um frango e aparecia a imagem de um frango na TV, de me lembrar da zebrinha passeando na transmissão da Globo quando Camarões venceu a Argentina, de me lembrar da revista do Pelezinho com a participação de jogadores da seleção e de desenhos dos convocados montados em bicicletas, de me lembrar de visto Brasil 2 x 1 Suécia em Bento Ribeiro, na casa de parentes e dos gols do Careca, de me lembrar de sair de ônibus do colégio, à tarde, e ver o gol do Muller contra a Escócia numa TV "meia-boca" na casa da minha avó e de ter visto Brasil x Argentina, na casa da minha tia, no domingo no começo da tarde, depois de ter passado a noite lá, com ar refrigerado interno ligado, deixando a casa "um gelo", de fato, eram muito mais recordações do que aconteceu comigo do que com os jogos em si).
Eu comecei a gostar de futebol no final de 1991, de uma certa forma, o futebol foi um meio de fazer novas amizades e por coincidência, foi um período muito feliz da minha vida, entre a metade de 1991 e todo o ano de 1992, incluindo aí a primeira viagem a Disney, compra de vídeo-game novo, chegada da TV a cabo no Brasil, Flamengo ganhando o Campeonato Carioca e o Campeonato Brasileiro em sequência, aposta ganha com amigos de que a Dinamarca venceria a Eurocopa, entre outras coisas.
A partir de 1993, comecei a colecionar álbuns de figurinhas e revistas de futebol, além de camisas
(pouco antes disso, já passaria a frequentar bastante os estádios) .
Então, em 1994, eu pude acompanhar praticamente 90% dos jogos
(até por causa dos horários, geralmente no meio da tarde ou no começo da noite) . Tinha 12 anos, lembro que completei o álbum de figurinhas da Copa, que comprei o guia Placar da Copa, que atualizava a tabela com os placares.
A Argentina teve um começo de competição avassalador e o que ferrou os argentinos foi o Maradona ter sido pego no doping. Ainda por cima, enfrentaram a seleção "sensação" da Copa, que foi a Romênia do genial
Hagi e que tinha um ataque muito bom também. Me lembro com nostalgia daquela atuação da Romênia contra a Colômbia e o Hagi fazendo um golaço e a Band transmitindo o jogo, com comentários do Tostão.
Também me lembro da mesa redonda Apito Final, da Band, onde cornetavam bastante a seleção. Luciano do Valle, mestre Armando Nogueira, Tostão, Juarez Soares. Todos bem críticos. Das narrações do Jota Júnior e Silvio Luiz.
A Globo, ao contrário, dava muito apoio a seleção brasileira. E me lembro de, ter visto a estreia do Brasil, na casa do ex-marido da ex-cunhada do meu pai, lá na Prudente de Morais, em Ipanema, em um telão (acho que foi a única vez que vi um jogo de Copa num telão) e fiquei muito otimista com o jogo contra a Rússia. Romário foi um "monstro" naquele jogo, fez um gol, sofreu um pênalti. Também gostei muito da determinação do time, sobretudo com as subidas de ataque do Jorginho e pela raça do Bebeto. Foi uma vitória convincente e animadora.
Depois, vieram a vitória contra Camarões, o empate com a Suécia e a vitória sofrida contra os Estados Unidos.
Os últimos 3 jogos vi no mesmo lugar, na casa do avô dos meus irmãos, aqui no Leblon. Contra a Holanda, uma atuação de gala do zagueiro do Aldair, que inclusive, fez um belo lançamento no lance do primeiro gol, marcado pelo Romário. E depois o Bebeto fez aquele golaço, com direito a homenagem ao filho. O empate da Holanda foi rápido demais, mas felizmente o Brasil teve auto-controle, o Branco cavou aquela falta e fez aquele gol antológico
(com direito ao Romário tirar o corpo na hora da cobrança de falta).
Contra a Suécia, outro passeio do Brasil, muito superior em campo, com boa atuação do Mazinho, mas o gol não saía. Até que o Jorginho fez aquele belo cruzamento e o Romário marcou de cabeça.
A Itália não me empolgou em momento algum na Copa, apesar das boas atuações do Baggio, a partir do mata-mata. Só me assustou um pouco, com o primeiro tempo da semifinal, contra a Bulgária, onde achei os italianos muito bem.
Mas a Itália tinha a base do Milan
(sobretudo com o excelente zagueiro Baresi) e o Roberto Baggio.
Mas olha, eu acreditava numa vitória do Brasil no tempo normal, o jogo foi muito mais tenso do que imaginava. Na hora dos pênaltis, fiquei tenso quando o Márcio Santos desperdiçou aquela cobrança, mas felizmente aquele foi o único erro do Brasil e o nosso Taffarel
(o melhor goleiro do Brasil na história das Copas) fez aquela defesa decisiva no chute do Massaro e depois o Baggio, esgotado fisicamente, isolou aquela bola.
Só uma coisa, quando parte da imprensa chama aquela seleção de horrorosa, não foi bem o que vi na Copa.
Com exceção do primeiro tempo contra a Suécia
(no terceiro jogo) e na partida contra os EUA
(quando o Brasil jogou mal), achei que o Brasil teve um bom volume de jogo contra Rússia, Camarões, Holanda e Suécia. E a final foi tensa, um jogo feio, mas a Itália foi claramente só pra se defender.
Destaco
Taffarel,
Jorginho,
Márcio Santos,
Aldair,
Leonardo (apesar da expulsão contra os EUA) ,
Branco,
Dunga,
Bebeto e
Romário.
Foi a primeira vez que vi o Brasil ganhar uma Copa do Mundo e isso vai ficar sempre na minha memória.Lembro que assisti os jogos com uma camisa azul, comprada em 1993. Comprei numa loja que só vendia camisas de futebol em Copacabana.