O GLOBO
Após decisão que manteve a Imperatriz no Grupo Especial, dirigentes de vem voltar atrás e respeitar o regulamento, que determina o rebaixamento da escola de samba.
O enredo para o carnaval de 2020 está difícil de acompanhar. Depois de uma virada de mesa, que manteve a Imperatriz Leopoldinense, penúltima colocada na disputa deste ano, no Grupo Especial, um reviravolta está à vista.
Uma plenária, prevista para acontecer amanhã, poderá reverter a decisão e fazer com que a agremiação seja, de fato, rebaixada. Alguns dirigentes já admitem que poderão mudar seus votos.
Na reunião que, no início do mês, suspendeu o rebaixamento da Imperatriz, oito dirigentes de escolas votaram pela permanência da agremiação no Grupo Especial, e cinco foram contrários. A possibilidade de mudança desse placar começou a ser ventilada quando o Ministério Público do Rio (MPRJ) cobrou uma multa de R$ 750 mil da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), estabelecida em 2018 por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta.
O acordo foi feito justamente para proibir que o regulamento, que prevê o rebaixamento das duas últimas colocadas, fosse rasgado.
O prazo para o pagamento da multa, que já foi prorrogado duas vezes, termina na próxima sexta-feira. Agora, a data limite atende ao argumento da Liesa de que a ata da plenária do começo do mês não havia sido concluída. É esse texto que deverá ser submetido à aprovação dos presidentes das escolas amanhã. Mas a repercussão negativa da virada, aliada ao impacto financeiro que ela traria, mexeu com peças importantes do tabuleiro.
— A Unidos da Tijuca pode, sim, mudar seu voto — admite Fernando Horta, presidente da escola, uma das oito que tinham votado a favor da Imperatriz no Grupo Especial.
Se a Unidos da Tijuca realmente voltar atrás, bastará mais um voto para sacramentar a reviravolta. O dirigente de outra agremiação diz que “é grande a chance” de que isso ocorra.
Nos bastidores, chegou-se a acreditar numa mudança de lado da Paraíso do Tuiuti, que apoiou a permanência da Imperatriz, mas a agremiação provavelmente manterá a posição original. O mesmo deve fazer a Mocidade Independente de Padre Miguel.
Salgueiro, Grande Rio, União da Ilha, São Clemente e Estácio poderiam ser, então, fiéis da balança, uma vez que Mangueira, Portela, Beija-Flor, Viradouro e Vila Isabel já tinham votado contra a virada de mesa, e não devem mudar de posição. As cinco escolas cogitaram, inclusive, criar uma nova liga, que organizaria os desfiles na terça-feira de carnaval.
Para o vice-presidente da Mocidade, Rodrigo Pacheco, mais importante que saber em que grupo ficará a Imperatriz Leopoldinense, é garantir a apresentação no Sambódromo no ano que vem :
— Para mim, o primeiro passo é definir se vai ter desfile ano que vem. Isso é para ontem. Por ora, estamos sem contratos, e a prefeitura diz que não vai dar dinheiro para o carnaval. Se não houver desfile, será uma vitória para o prefeito (Marcelo Crivella). Se não resolvermos algumas questões agora, podemos estar caminhando para esse ponto.
Também amanhã, o prefeito Marcelo Crivella e o governador Wilson Witzel se reunirão para discutir, entre outros assuntos, o desejo do estado de assumir a administração da Sapucaí.
Que bagunça !