2001
"Todas as fitas, que ocupam hoje uma área de 1500 metros quadrados dentro do estúdio, estão sendo tratadas e gravadas numa mídia modelo DST (Data Storage Tape). Além disso, as imagens e todas as informações a respeito dos vídeos - data de geração, personagens e assunto - também ficam armazenadas em baixa resolução num banco de dados que é gerenciado pelo programa Media 360, uma solução da Ascential Software, filhote gerado pela Informix antes de ser engolida pela IBM. O mesmo sistema é utilizado em grandes emissoras internacionais como a americana CNN e a espanhola Tele5. O principal papel do Media 360 é facilitar o trabalho de pesquisa e edição de imagens dentro da emissora. Caso seja necessário fazer uma busca sobre acidentes aéreos, por exemplo, não é mais necessário procurar fichas e mais fichas de arquivos e ir atrás de cada uma das fitas para fazer a seleção de imagens. Através de uma interface web e um serviço muito parecido com uma busca convencional da internet, é possível receber online uma lista de todos os arquivos relacionados ao assunto e consultar todas as imagens em baixa resolução. "Consegue-se até selecionar o trecho exato da gravação que deseja extrair do banco de dados", diz o responsável técnico pelo projeto de digitalização do SBT, Mario Sergio Mattos. Isso é possível graças à tecnologia Virage, que foi incorporada ao Media 360. Desenvolvida pela empresa americana Virage, ela permite que o usuário selecione através de palavras-chaves o trecho exato que deseja retirar de uma fita de horas de gravação.
Busca mais rápida
Com todas as imagens selecionadas, as informações são enviadas para um grande servidor. Este gera um pedido para a criação de uma fita, já com todas as imagens em alta resolução, que será utilizada durante a programação. Todo esse processo é rápido - uma pesquisa corriqueira leva em média 10 segundos em vez das 10 horas atuais -, facilitando a geração do conteúdo visual. "As mesmas imagens podem ser geradas mais rapidamente e quantas vezes forem necessárias, o que antes não acontecia", diz Mattos. Os investimentos do SBT na digitalização do acervo são de aproximadamente 1,5 milhão de dólares. Eles não envolvem apenas tecnologia. Uma consultora de biblioteconomia foi contratada para participar do processo. Munida de uma avaliação das necessidades de consulta dos funcionários, uma equipe está trabalhando para desenvolver a melhor forma de arquivar todas as mídias com a produção do SBT. O objetivo do novo sistema é facilitar a pesquisa feita pelos funcionários. Nos vídeos será possível fazer a busca por assunto, por nome de um artista ou político, pela data e também pelo nome de um programa. O sistema ainda não está em pleno funcionamento. Um projeto piloto bem-sucedido foi realizado no programa Domingo Legal durante o mês de abril. As buscas de vídeos durante o programa foram bem agilizadas. No momento em que acontecia uma rebelião de presos era possível fazer uma pesquisa de vídeos de outras rebeliões e colocar as imagens no ar rapidamente. A tecnologia já está pronta para ser utilizada, mas ainda é necessária a conversão dos vídeos da emissora. A intenção do SBT é iniciar a utilização no prazo máximo de um ano, mas a digitalização completa das 80000 horas de programação só deve terminar dentro de quatro ou cinco anos. Durante todo o processo será priorizada a digitalização do material mais antigo, que está mais sujeito ao desgaste do tempo. Além disso, tudo que for produzido a partir de agora também será armazenado no novo formato. A implementação de toda a digitalização é apenas a fase inicial de um projeto maior que vem sendo implementado pelo SBT. A intenção é não mais utilizar o velho videoteipe dentro da empresa e substituir tudo pelo sistema digital.
Gravação robotizada
Todo o acervo do SBT, que está arquivado em diferentes formatos de vídeo como Quadruplex 1 e 2 polegadas, U-matic, SVHS e Betacam, agora será armazenado num único tipo de mídia: o DST (Data Storage Tape). Desenvolvido pela empresa americana
AMPEX (a mesma que inventou o videotaipe), o processo de gravação está sendo feito pela empresa de consultoria Vídeo Data. O DST permite o armazenamento de até 100 GB, o equivalente a 15 horas de vídeo, numa única fita. Essa capacidade é quinze vezes maior que a de uma fita Betacam convencional utilizada hoje pela emissora. Outra vantagem é a forma como é feita a gravação. O processo é realizado por um robô. Através dele a fita é colocada dentro de uma caixa e inserida na máquina de gravação. Dentro dessa caixa a fita é envolvida por um colchão de ar e não tem nenhum contato mecânico com a máquina. "Isso garante maior durabilidade, já que a fita não sofre desgaste devido ao contato mecânico", diz Leonel da Luz, gerente de marketing da Vídeo Data. Como é uma mídia digital, a fita consegue rodar numa velocidade muito alta. Para ter uma ideia, a fita atinge uma velocidade sessenta vezes maior que a normal em apenas 0,6 segundo. Graças a isso, o tempo médio para encontrar o conteúdo desejado é apenas 20 segundos. "
Vejam o selo da AMPEX na embalagem cinzar da fita e tirem suas próprias conclusões
Abraços
BrunoSamppa, Webmaster fundador - Clubedochaves.com.br