Mil dias sem Chaves e Chapolin: entenda por que seriados seguem fora do ar

[Don CHelipe]

Eu ainda penso que a mulecada vai continuar assistindo. É só voce olhar esses compilados de CH no Youtube, com os episódios picados e com milhares de views.

Que não são necessariamente de molecada. Aliás, os jovens nem estão tanto no YouTube hoje em dia como o pessoal dos 20 aos 40 está.

Pô, mais 20 anos é "jovem ainda". De qualquer forma, essa galera passa o legado pra geração seguinte.

Eu só conheço Caverna do Dragão, por exemplo, por causa do meu pai, que sempre me incentivou a consumir coisas dos anos 80 (desenhos, filmes, musica). Então, quando eu tiver os meus filhos, tbm vou mostrar pra eles o que eu curtia.

Caverna do dragão é meu desenho favorito ever!

[SBBHQK]

As séries tão fora do ar, mas que outro projeto esse povo tá tocando pra perpetuar os personagens? Nenhum.

Até um tempinho atrás, a María Antonieta continuava interpretando a Chiquinha em circos e shows. Disse que ia se aposentar e largar a Chiquinha, mas não sei se fez isso.

[Polegar]

Falo dos detentores das séries, sobre criar novas séries, spin-offs, releituras, docs, filmes, especiais, hqs, qualquer coisa que traga CH pra ser consumido por um público novo, além do que consome o que já existe.

Não acontece. O filme do Chapolin foi um auê de informação desencontrada até ser engavetado. O mesmo pra série documental do Chespirito que até ator começaram a procurar pra depois enterrar o assunto. Aqueles curtas animados da vizinhança não saíram do primeiro protótipo e a ideia foi abortada.

Anos e anos fazendo promessas e no final nada vinga. Assim não tem fã-base que se sustente e só vão ficar os hardcore cultuando os mesmos seriados dos anos 70 que também nunca tiveram uma restauração decente na vida.

[marlonch2007]

Eu acredito que não volta mais, é a triste realidade.
Perderam uma data perfeita pra voltar, que é a comemoração de 50 anos.
Chespirito foi apagado até dos especiais da Televisa.
Infelizmente somos mais um grupo de fãs decepcionados. Tiraram-nos Os Trapalhões, tiraram-nos CH, nem PSS com Silvio temos, pelo visto.
Quem curte nostalgia tá sofrendo, infelizmente.

[E.R]

Quando as séries sairam do ar em 2020 ainda eram exibidas em alguma emissora TV mexicana ?

Porque nas últimas décadas tiveram muito mais relevância aqui no Brasil e em alguns outros países da América Latina do que no México.

Os fãs brasileiros parecem ter sentido muito mais as séries estarem fora do ar do que os mexicanos.

[E.R]

Quando as séries sairam do ar em 2020 ainda eram exibidas em alguma emissora TV mexicana ?

Porque nas últimas décadas tiveram muito mais relevância aqui no Brasil e em alguns outros países da América Latina do que no México.

Os fãs brasileiros parecem ter sentido muito mais as séries estarem fora do ar do que os mexicanos.

Passava em praticamente toda a América Latina e Estados Unidos, mas no México em si, era só Chaves todos os dias no Distrito Comedia e aos finais de semana passava Chaves e Chespirito no Las Estrellas. Chapolin só tava disponível no Blim mesmo.

[SBBHQK]

Chapolin só tava disponível no Blim mesmo.

Só de estar no Blim, já considero o suficiente.

A forma de consumir conteúdo mudou muito nos últimos anos. Já se foi o tempo em que se tinha que chegar em casa e ligar a TV no horário certo para assistir ao episódio que o canal decidia passar. Hoje, pode-se ver à hora que quiser. Vejo o streaming como o futuro. TV aberta está em declínio e seriados enlatados hoje são meramente usados como um tapa-buraco da programação. Vá ver o que é a grade de programação dos canais hoje em dia. A maioria da programação é só programas jornalísticos, de variedades, reprises de novelas ou programas de fofocas à tarde. E isso é uma tendência mundial, não só no Brasil ou no México, mas também em vários países da América Latina.

Por mim, se CH voltasse, deveria estar no mínimo em um serviço de streaming (por exemplo, Netflix, Amazon Prime, Globoplay). Já consideraria o suficiente.

[SirBrandes]

Eu até me conformo com o não retorno de CH para a TV ou streaming, mas ter até o acesso ao conteúdo na internet quase absolutamente restrito é inaceitável.

[Enzitodel8]

O mundo muda, e o consumidor também. O que faz os meios de comunicação, obviamente, mudarem.

Em relação a CH, assim como qualquer obra importante na história da sociedade, se sustenta sim um sentimento de extremo saudosismo devido á época, até pelo que não vivem, necessariamente, os anos e o local das gravações do programa, mas o período de exibição dos programas aqui no Brasil. Ainda que seja um tanto retrógrado pensar que o tempo não deve seguir sua natural progressão, é compreensível que "Chaves" e "Chapolin" fazem falta entre nós, sendo consumido de forma certa.

As obras de Roberto Gómez Bolaños foi um capítulo importante da história da América Latina. Assim como o Brasil tinha Chico Anysio, a turma d'Os Trapalhões, e nos EUA se via nomes como Charlie Chaplin, Jerry Lewis, Lucille Ball, o México tinha nomes como Cantinflas, Viruta y Capulina, e Chespirito. O claro desinteresse do canal onde foram feitas as gravações e da empresa atualmente responsável pelos roteiros é uma agressão para a história de personagens que travessaram fronteiras. É ignorar fãs que, muitas das vezes, fazem muito mais que as instituições.

Como já foi citado, ainda que muitos que assistem essas tais compilações picotadas, com os episódios dos programas clássicos, sejam fãs mais maduros (eu sou um desses), há sim uma juventude também procura ver, compartilhar e buscar essas histórias, justamente pela curiosidade. Será que uma saída seria deixar os programas caírem no domínio público?

Ainda há muita insegurança instaurada. Pouco interesse das partes.

O que fazer? Esperar. Mas, esperar e agradecer. Se realmente for o fim de CH, foi bom enquanto durou.

[E.R]

Se a marca fosse administrada por gente mais interessada, poderia chegar aqui e dizer que daqui a 1 ou 2 anos poderíamos ter um novo desenho animado do Chaves (agora também com a presença da Chiquinha e da Dona Neves) a ser produzido por estúdio maior (seja a Disney ou pela Illumination) ou mesmo a produção de um filme animado de Chaves (nos mesmos moldes de "Super Mario"), algum projeto feito para divulgar mais a marca "Chaves", vender brinquedos, fazer jogo para celular, em resumo, para ganhar mais dinheiro.

Mas como temos pessoas acomodadas administrando a marca, nada acontece. Até a viúva do criador, com mais de 70 anos de idade, recentemente mostrou ter mais energia do que os herdeiros que parecem não ver problema em ver a marca CH cair no esquecimento.

A volta das séries à TV nem é mais o foco (até porque a Televisa não vai pagar o que os herdeiros querem - até com razão, nesse caso a errada é a Televisa), mas sim a construção de novos produtos CH e que sejam de qualidade (como o filme do Super Mario) e que não sejam porcarias (como o filme dos Cavaleiros do Zodíaco ou como o desenho do He-Man na Netflix).

Quando o Fernández aceitar dar entrevista, seja para jornalista ou para quem tem canal no YouTube, a maioria das perguntas deveria ser sobre projetos novos, e sobre coisas que não foram para frente, como um documentário sobre Chespirito.

Acredito que serviços de streaming devem ter interesse em fazer um filme ou um documentário sobre a vida do Bolaños.

Imaginem, por exemplo, se a Netflix fizesse um filme sobre Chespirito, com um bom elenco, o quanto de novas pessoas poderiam se interessar por CH, não só aqui na América Latina mas também em países que tem menos paixão por "Chaves", como os Estados Unidos (onde tem sim muitos fãs, mas a maioria latinos ou filhos de latinos).

A marca "Chaves" ainda tem um potencial de crescimento na Europa, nos Estados Unidos e até na Ásia muito grande.

Mas com um novo produto (o desenho seria o mais fácil), para vender também produtos (brinquedos, jogos para celular e videogame, etc).

Porém pela acomodação dos herdeiros, o jeito seria torcer para uma grande empresa (Amazon, Netflix, Disney) comprar os direitos que aí sim, poderíamos ter esses novos produtos (filme, desenhos, filme animado, biografia, reunião de elenco - que nem fizeram com elencos de Harrry Potter e Friends na HBO Max, etc).

Enquanto os direitos estiverem nas mãos de gente acomodada, o resultado vai ser esse que estamos vendo de 2020 pra cá.

Tenho a impressão de que a Televisa, vendo que os herdeiros não aceitaram a proposta baixíssima que a Televisa fez, quer apagar CH da internet, por isso que mandar deletar vídeos do YouTube e de similares diariamente.

Com isso, a marca CH fica cada vez mais esquecida, exceto aqui no Brasil e mais em meia dúzia de países, onde foram as séries foram exibidas por décadas todos os dias na televisão aberta.

O futuro CH passa pelos novos produtos, pelos novos projetos, que jamais vão chegar aos pés das séries originais (principalmente jamais vão ter a mesma graça e a mesma magia), mas que podem ser produtos bons se forem feitos por gente competente.

[Sr Garabito]

Se tudo ficasse disponível no youtube como era antigamente em alta qualidade já estava ótimo, eu mesmo sempre assistia por lá, agora esses bloqueios acabaram com tudo.

[E.R]

NOTÍCIAS

FLÁVIO RICCO - R7

O impasse do “Chaves” é, até agora, o mesmo que sempre existiu, sem ter até ainda qualquer sinal de uma solução para tão breve.

De um lado está a família do Roberto Bolaños, astro da série, já falecido, dono dos direitos da obra e imagem, e do outro a Televisa, que produziu.

Persiste a falta de um acordo entre as partes. O quanto cada uma tem a receber no caso de vendas possíveis e futuras. Aí que pegou.

[Polegar]

Simpsons é um exemplo de venda de produtos tão perfeitamente bem sucedida que até enjoa. Pra onde você olha tem um artigo dos Simpsons. Pra loja que você vai tem nem que seja uma camiseta. Se você entrar numa papelaria no mínimo um lápis vai ter.

Os caras estamparam tudo. Cadernos, agendas, chaveiros, canetas, squeezes, bolsas, meias, pijamas, capinhas de celular, produtos alimentícios, linha higiênica, enfeites de aniversário, o que se puder imaginar, fora os jogos, brinquedos e pelúcias.

De modo que você quer se vestir, tem Simpsons. Quer ir pra aula, tem Simpsons. Quer trabalhar, tem Simpsons. Quer dar uma festa, quer passear, quer viajar, quer tomar banho, quer comer, quer dormir, tem Simpsons.

São desenhos pop, atrativos aos olhos, eficientes, que simbolizam atualidade e estética. Tem padrões divertidos, tem padrões cleam. Tem coisas que você sente vontade de usar mesmo que não curta ou não conheça a série, e assim você vira um outdoor pra difundir a imagem dela por aí, e ela se mantém viva.

Todo mundo conhece os símbolos, o donuts do Homer, a cerveja Duff, o Comichão e Coçadinha. Fica no subconsciente e é sempre considerado relevante. Vai perdurar por décadas ainda, quem duvida? Mesmo que a série termine. E quando terminar eu tenho certeza que vão saber fazer releituras pra render.

É a mesma coisa com a força e os símbolos do Mickey, dos heróis da Marvel e DC, de Friends, dos filmes da Disney, de Round 6, de Turma da Mônica, de Among Us. Até mesmo do Romero Britto.

Vê quantos jovens conhecem o Romero Britto e quantos conhecem o Michelangelo.

E não é por isso que o original se perde ou é ultrapassado. Pelo contrário. Se angaria fãs que vão se aprofundar e cultuar o original.

Tem gente se matando por aí pra conseguir aquela revistinha em que o Super Homem aparece pela primeira vez, erguendo um carro. Todo mundo conhece o primeiro curta do Mickey lá de mil novecentos e bunda, em preto e branco, onde ele tá com um chapeuzinho de marinheiro girando um timão e assobiando. A Mônica atual vira e mexe faz crossover com a Mônica de bochechinha pontuda dos anos 70.

Duvido que se fizerem uma nova série de Friends, ou um desenho animado, ou um filme, e usarem outros atores, a Jennifer Aniston vai deixar de ser a eterna Rachel.

A família Addams começou com tirinhas em jornal em que os personagens mal tinham nome. A série dos anos 60 é um clássico absoluto. Tem desenho, tem filme, mas a adolescência de hoje jamais conheceria mesmo com tudo isso. Não a ponto de ser super famoso pra todo mundo.

Sabe como é, então? Pela série da Wandinha do Netflix. Agora todos voltaram a saber dela, do Mãozinha, da Mortícia, e isso é tão gratificante...

CH tem esse potencial estupendo. O produto original já faz por merecer. Roteiro, atuação, figurino, tudo é bom. Os personagens são visualmente fortes. Estão no imaginário popular. Cativam. Os símbolos perduram. Só do Chaves tem o barril, o gorro, o sanduíche de presunto. Tem frases e situações de efeito, tem tudo. Tudo que um criador poderia ambicionar em matéria de solidificar sua criação.

E mesmo com tudo isso, tá correndo o sério risco de em poucas décadas cair no limbo de um Cantinflas da vida. Sabe o que não tem? Aproveitamento e gestão.
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[Don CHelipe]

Assino embaixo!

Nunca vi algo com tanto potencial para ser explorado comercialmente e não ter ninguém para desenrolar.

[JoãoB]

Acho que como o desenho do Chaves e o do Chapolin não foram afetados por essa saída mundial e estão disponíveis no streaming, até pode ser que eventualmente o pessoal mais novo conheça CH através dos desenhos. Mas tanto o desenho do Chaves como o do Chapolin não fizeram (e não fazem) o mesmo sucesso das séries. Até tem muitas crianças que gostam mais do desenho do Chaves do que da série, mas o alcance da série animada é menor. Então, no fim das contas, o fato dos desenhos continuarem disponíveis tem pouco efeito, praticamente nulo, pra ajudar a manter a marca CH. O que mantinha mesmo, em grande medida, eram as séries originais.

O Roberto Gómez Fernández, há um tempo, até anunciou vários projetos novos, como uma nova série do Chaves e do Chapolin, um filme sobre os personagens...mas a gente não vê nada disso se concretizando. Talvez eles até tenham ideias pra projetos novos, mas falta executar.