O "Universo" de Chespirito

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Tirado Alanís
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O "Universo" de Chespirito

Mensagem por Tirado Alanís » 25 Mai 2016, 22:20

Todo mundo aí bolando suas teorias... Venho apresentar a minha! :P

Para começar, vamos usar a já manjada possibilidade de um Planeta Terra caótico num futuro distante, onde a vida já está quase que completamente acabada, sem chances de recuperação. O motivo? Pode ser qualquer um, não importa. Desde uma catastrofe natural até a intervenção direta do homem (o que é mais provável).

O importante é que vocês concebam a seguinte ideia: "lá fora" tudo é inabitável, alguma força extrema dissipa a possibilidade de sobrevivência. Mas, nessa época, a ciência conseguiu avançar a ponto de criar cúpulas apropriadas para a conservação dos felizardos que estão dentro delas. Claro, os homens mais importantes de seu tempo: cientistas de todas as áreas, personalidades da política, da cultura... Além, é claro, de grandes coleções de artefatos históricos, narrando a história de uma espécie que já está a ponto de se estinguir.

Por quê? Por que nas cúpulas tudo é limitado. O espaço fechado armazena apenas uma quantidade X de alimentos, água, ar... Há que se ter a preocupação de sair dali. Mas não mais para a terra, impossível. Para outro ponto no espaço com aspectos parecidos, que comportem a vida humana. Infelizmente, as pesquisas espaciais, apesar de todos os avanços, não chegou a encontrar nada assim.

Ou melhor, há apenas hipóteses. Mas quem se arriscaria o bastante para respirar uma atmosfera desconhecida, sem saber se ela é realmente compatível com o nosso corpo, como o oxigênio? Testar em outros animais, primeiro? Mas como? Não há mais animais! E o tempo é curto para testes mínimamente precisos.

Aí vai que um dos responsáveis pela manutenção do acervo histórico é enviado para essa "fascinante missão". "-Você será um herói!". Mas claro! De todas as mentes ali presentes, aquela era a única que não traria nenhuma falta, se perecesse. Apezas um relez zelador! Mas, surpreendendo a todos, o projeto dá certo. O "Mártir" prova que tal atmosfera de tal planeta é respirável, abrindo espaço para a colonização dali. Mas ainda não é só. Falta o clima. O solo. Plantas. Água.

Recriar tudo, outra vez, remete ao problema da falta de tempo. Então um projeto antigo, já há muito aposentado, é relembrado e posto em ação. Um "captalizador de moléculas cerebrais", que trás para a realidade as formas geradas por ondas mentais. Na Terra, tão aparelho é ineficaz, e foi simpesmente abandonado, ridicularizado. Mas... Quem sabe naquele lugar? O espaço é diferente, o tempo, o éter. As leis da física, da química, a lógica... Tudo do jeito que conhecemos não funciona ali. É um campo próprio, com suas próprias normas, que desconhecemos. Quem sabe o tal aparelho antes ignorado, se posto em funcionamento ali, salvasse a humanidade?

Vocês já devem adivinhar o final. Sim, o aparelho funcionou, mas não como deveria. Vejam os pontos negativos.

1- HISTÓRIA MALUCA?

Houve a preocupação de recriar toda a odisseia terrestre. Mas os fatos não saíram como o desejado. Primeiro, porque não são fiéis aos originais, afinal, quem estava lá para saber de cor o que houve com cada coisa? Há mais teorias do que fatos. E é preciso muita concentração, pois o modo como se pensa passa a existir de verdade, cabendo unicamente a quem utiliza a máquina comandar a história. Mas não foi apenas um homem que utilizou a máquina...

Cada cientista quis dar a sua versão dos fatos, acreditando que as coisas se encaixariam depois, como peças de quebra-cabeça. Não foi bem isso que aconteceu. Todas as paródias de Chespirito narram episódios do nosso passado, "não como foram, mas sim como poderiam ter sido". Foi a estranha remontagem feita pelo captalizador. Daí vemos Cristóvão Colombo vendo a Estátua da Liberdade por uma luneta, e diversos absurdos mais.

2- OS MESMOS ROSTOS...

Cleópatra é a mesma pessoa que Dona Florinda. Uma rainha do Egito e uma simples dona de casa da idade contemporânea, vejam só! Todo o mundo de Chespirito é formado pelas mesmas pessoas vivendo ao longo de todas as épocas, e ás voltas com vários clones de si mesmos, cada um em uma situação. Vemos isso com a Chiquinha e a Dona Neves, o Chaves e o Doutor Chapatin, o Chapolin e um homem idêntico a ele, só que "fantasiado", e assim vai...

Isso aconteceu por que é impossível saber os rostos de todas as pessoas do mundo, e extremamente difícil criar feições novas, do zero, sem nenhuma base. O captilizador pegou, então, as caras mais fortes no pensamento dos cientistas (com certeza gentes muito importantes para eles, que ficaram gravadas na memória), e foi "copiando" e "colando", até Deus sabe onde.

3- VIDA EM CICLOS.

As mesmas situações acontecem eternamente na vila do Chaves, com o Doutor Chapatin, com Chaparrón e Lucas, com os Caquitos, Chapolin está sempre atendendo aos mesmos pedidos, e os resolvendo da mesma forma... Por quê?

Vá você criar uma história de vida para cada pessoa, para preencher o espaço e o tempo de toda a Terra. Não há criatividade que aguente tratar de cada um, desde o nascimento até a morte, sempre com situações novas.
Os cientistas, então, criaram situações genéricas, que são eternamente vividas, ou por um mesmo grupo de sujeitos, ou por outros diferentes.

4- A SALVAÇÃO?

Claro que a Nova Terra virou um fiasco total. As linhas temporais se enrolaram, o caos tomou conta. Por isso, um voluntário teria de ir ajeitando tudo, desde lá no começo, até aqui. Aparando todas as arestas, pondo cada coisa em seu lugar. Isso, se não ajeitasse tudo, ao menos diminuiria a desordem.

Mas quem iria se candidatar a fazer semelhante viagem, tão demorada, árdua e perigosa? Novamente, empurraram o pobre zelador. E lá foi ele, pelas ondas cerebrais do espaço-tempo da Terra Nova, fazer os ajustes necessários na História. Foi na forma d'O Chapolin Colorado.

Isso explica porque o Chapolin aparece em todas as épocas. E porque é convocado para "ajudar".

Explica também porque nada é impossível para o Chapolin. Ele diminui de tamanho, parece flutuar em algumas posições de luta, respira no espaço, entende a língua de todos... Ou vocês sempre acharam normal todos, de todos os cantos do globo, falarem um idioma só?

Chapolin apaga uma lâmpada com um sopro, muda uma janela de lugar, adianta os ponteiros do relógio para que o dia amanheça mais rápido... E assim vai, na sua missão praticamente eterna de costurar os rasgos existenciais. Por que ele lida com Hitler e com uma simples mulher que não quer se casar? Não casos totalmente diferentes?

Não, não são. Aquela mulher, se se casasse, que consequências futuras acarretaria? Hitler só se tornou o que se tornou, em partes, porque não foi aceito em uma escola de belas-artes. No início, seu problema também parecia tão descartável quanto o da mulher. Chapolin sabe o que está fazendo.

O que não pode mais ser modificado em nenhum ponto, e não termina fiel ao original, vira uma "historinha". É a válvula de escape que ele encontrou para fingir que consertou algo que não tem mais concerto.

Mas espera aí: se ele era um simples zelador, como se tornou tão inteligente a ponto de saber como recolocar exatamente cada aontecimento? Simples! As anteninhas de vinil o mantém em contato com os estudiosos do presente, e eles vão narrando o que ele deve fazer. É assim que ele chega tão rápido a um ponto da linha temporal onde alguém "pede ajuda", também é assim que ele pressente a prsença do inimigo. A corneta paralizadora, as pastilhas de nanicolina e a marreta biônica também são todas produtos dos inventores, que lhe foram entregues para ajudá-lo na empreitada.

E, claro, um ícone como o Chapolin deixa uma marca forte. Nada mais justo do que um programa de televisão em sua homenagem. Por isso tantos personagens falam da série dele, dentro dos episódios. Nada demais. Aliás, Chaves também tem uma série. O cotidiano da vila com certeza foi visto por alguém que viu lá potencial para um programa televisivo. Simples.

Ele vai o "Vermelhinho", alinhando as situações, desde o Velho-Oeste até um sofisticado centro de lançamentos de foguetes. Lá na frente, a população vai se ajeitando com as melhorias que ele faz entre as épocas.

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Re: O "Universo" de Chespirito

Mensagem por Riddle Snowcraft » 25 Mai 2016, 22:56

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Re: O "Universo" de Chespirito

Mensagem por Antonio Felipe » 25 Mai 2016, 23:05

Churrumín, se quiser fazer fanfic, tem tópico pra isso.
• Jornalista
• No meio CH desde 2003
• Um dos fundadores do Fórum Chaves. Administrador desde 2010
• Autor do livro "O Diário do Seu Madruga"
• Eleito pelos usuários como o melhor moderador em 2011, 2012, 2013 e 2014


Realizações no meio CH:
• Apoio na realização da etapa brasileira de América Celebra a Chespirito, em 2012
• Produção de entrevistas com Roberto Gómez Fernández, Ana de la Macorra e Ricardo de Pascual
• Entrevistei Rubén Aguirre, Edgar Vivar, Maria Antonieta de las Nieves e Carlos Villagrán
• Viabilizei a entrega da camiseta do Fórum Chaves para Chespirito
• Cobertura jornalística e de redes sociais de praticamente todos os grandes eventos e notícias CH desde 2010
• Um dos idealizadores do "Sigam-me os Bons", campanha social do Fórum e Fã-Clube
• Um dos idealizadores do Bloco Sigam-me os Bons, primeiro bloco temático CH de carnaval em São Paulo
• Apoio e participação nas turnês do Senhor Barriga, Kiko e Paty no Brasil
• Desmentido de todos os boatos envolvendo CH nos últimos anos
• Autor do furo sobre o Chaves no Multishow
• Coordenei o Projeto CH Legendado, que tornou acessível em português os inéditos de Chaves e Chapolin
• Prestei consultoria para a realização de "Chaves - Um Tributo Musical"

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